sexta-feira, 9 de setembro de 2016

AULINHA DE INGLÊS






 



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HISTÓRIA - Independência do Brasil - Hino da Independência


A independência do Brasil foi proclamada no dia 7 de setembro do ano de 1822, o que assegurou a emancipação da ex-colônia portuguesa.
D. Pedro foi aclamado o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado no dia 1º de dezembro do mesmo ano.

Causas
Foram várias as causas da Independência do Brasil. No início do século XIX, a situação do Brasil, do ponto de vista político continuava a mesma do século anterior.
As capitanias continuavam subordinadas à autoridade central do vice -rei, que governava em nome do rei de Portugal.
A situação econômica era precária. Na agricultura a produção do tabaco e do algodão foram reduzidas. A cultura canavieira estava em fase de decadência.
A pecuária se restringia à produção de queijo em Minas Gerais e charque no Rio Grande do Sul. A mineração apresentava baixo rendimento as jazidas estavam esgotada.
A indústria não se desenvolvia. O comércio no Brasil era limitado pelas restrições impostas pelo regime do monopólio. A colônia podia comerciar apenas com a metrópole.
Para descobrir mais, veja o artigo: Causas da Independência do Brasil.

Independência do Brasil
A independência do Brasil foi proclamada no dia 7 de setembro do ano de 1822, o que assegurou a emancipação da ex-colônia portuguesa.
D. Pedro foi aclamado o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado no dia 1º de dezembro do mesmo ano.


A Família Real no Brasil
No início do século XIX, a Europa estava inteiramente dominada pelas tropas do imperador dos franceses Napoleão Bonaparte. O principal inimigo de Napoleão era a Inglaterra, cuja poderosa armada Napoleão não pode vencer.
Em 1806, o imperador decretou o Bloqueio Continental que obrigava a todas as nações da Europa continental a fecharem seus portos ao comércio inglês. Com isso pretendia-se enfraquecer a Inglaterra.
Nessa época Portugal era governado pelo Príncipe Regente D. João. Pressionado por Napoleão, que exigia o fechamento dos portos portugueses ao comércio inglês, e ao mesmo tempo pretendendo manter as relações com a Inglaterra, D. João tentou adiar uma decisão definitiva sobre o assunto.
A Inglaterra era fornecedora dos produtos manufaturados consumidos em Portugal e também compradores de mercadorias portuguesas e brasileiras.
Para resolver a situação o embaixador inglês em Lisboa, convenceu D. João a transferir-se com a Corte para o Brasil. Desse modo os ingleses garantiam o acesso ao mercado consumidor brasileiro e a família real evitava a deposição da dinastia de Bragança pelas forças napoleônicas.
No dia 29 de novembro de 1807 a família real, fidalgos e funcionários partiram para o Brasil escoltados por quatro navios britânicos. No dia seguinte as tropas francesas invadiram Lisboa.
No dia 22 de janeiro de 1808 D. João chega a Salvador, onde tomou a mais importante medida de caráter econômico.
Em 28 de janeiro expediu a Carta Régia de abertura dos portos do Brasil às nações amigas de Portugal. Só chegou ao Rio de Janeiro em março do mesmo ano.
Rapidamente os produtos ingleses começaram a chegar. Um grande número de firmas inglesas se instalaram no Brasil.
Em 1810, D. João assinou o Tratado de Comércio e Navegação. Entre outros atos, este estabelecia a taxa de 15% sobre a importação de produtos ingleses, enquanto Portugal pagava 16% e as outras nações 24%.
A indústria brasileira ficou obrigada a sofrer a concorrência insuportável dos produtos ingleses.
Em 1815, após a derrota definitiva de Napoleão, as potências europeias reuniram-se no Congresso de Viena. O objetivo era restaurar o regime absolutista anterior à Revolução Francesa.
Para obter o reconhecimento da dinastia de Bragança e o direito de participar do Congresso, em 16 de fevereiro de 1815, D. João transformou o Brasil em Reino Unido de Portugal e Algarves. Era um passo importante para a emancipação política.
Saiba mais sobre A Vinda da Família Real para o Brasil.

A Revolução do Porto
Desde a vinda da família real para o Brasil, o reino português estava a beira do caos. Além da grave crise econômica e do descontentamento popular, o sistema político era marcado pela tirania do comandante inglês, que governava Portugal.
Tudo isso levou os portugueses a aderirem ao movimento revolucionário que teve início na cidade do Porto em 24 de agosto de 1820.
Revolução Liberal do Porto pretendia: derrubar a administração inglesa, recolonizar o Brasil, promover a volta de D. João VI para Portugal e elaborar uma Constituição.
No dia 7 de março de 1821, D. João anunciou sua partida, e através de um decreto, atribuía a D. Pedro a regência do Brasil. No dia 26 de abril de 1821, D. João deixa o Brasil.

Do Dia do Fico à Independência
O novo regente do Brasil, D. Pedro de Alcântara tinha apenas 23 anos. Varias medidas das cortes de Lisboa Procuraram diminuir o poder do Príncipe regente e desse modo por fim a autonomia do Brasil.
A insistência das Cortes para que D. Pedro voltasse a Portugal despertou atitudes de resistência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao Príncipe Regente uma petição com 8,000 assinaturas solicitando que não abandonasse o Brasil.
Cedendo às pressões D. Pedro respondeu: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". O Dia do Fico era mais um passo para a independência do Brasil.
Em algumas províncias brasileiras, os partidários dos portugueses não prestigiavam o governo de D. Pedro. O general Avilés, comandante do Rio de Janeiro e fiel às Cortes, tentou obrigar o embarque do regente, mas foi frustrado pela mobilização dos brasileiros, que ocupavam o Campo de Santana.
Os acontecimentos desencadeavam uma crise no governo e os ministros portugueses, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, até então vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo.
No mês de maio, o governo brasileiro estabelecia que qualquer determinação vinda de Portugal só devia ser acatada com o cumpra-se de D. Pedro.
Na Bahia desencadeava-se a a luta entre tropas portuguesas e brasileiras. Em desespero as Cortes tomaram medidas radicais:
  • declararam ilegítima a Assembleia Constituinte reunida no Brasil;
  • o governo do príncipe foi declarado ilegal;
  • o príncipe deveria regressar imediatamente a Portugal.
Diante da atitude da metrópole, o rompimento tornou-se inevitável.

Grito do Ipiranga: "Independência ou Morte!"
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro se encontrava às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, quando recebeu os últimos decretos de Lisboa, um dos quais o transformava num simples governador, sujeito às autoridades das Cortes.
Essa atitude o conduziu a dizer que estavam cortados os laços que uniam o Brasil a Portugal. Daquele momento em diante, Independência ou Morte seria o lema de todos os brasileiros.
No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1º de dezembro de 1822.

Dia da Independência
O Dia da Independência do Brasil é comemorada todo dia 07 de setembro em comemoração à data que D. Pedro declara a independência do país.
Que tal saber sobre o Hino da Independência?

 HINO DA INDEPENDÊNCIA

Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!

Longe vá... temor servil:

Ou ficar a pátria livre

Ou morrer pelo Brasil.


Os grilhões que nos forjava

Da perfídia astuto ardil...

Houve mão mais poderosa:

Zombou deles o Brasil.


Brava gente brasileira!

Longe vá... temor servil:

Ou ficar a pátria livre

Ou morrer pelo Brasil.


Não temais ímpias falanges,

Que apresentam face hostil;

Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil.


Brava gente brasileira!

Longe vá... temor servil:

Ou ficar a pátria livre

Ou morrer pelo Brasil.


Parabéns, ó brasileiro,

Já, com garbo varonil,

Do universo entre as nações

Resplandece a do Brasil.


Brava gente brasileira!

Longe vá... temor servil:

Ou ficar a pátria livre

Ou morrer pelo Brasil.




ASSISTA O VÍDEO E CANTE COM A GENTE!





Causas da Independência do Brasil
Vários fatores causaram a Independência do Brasil. No início do século XVIII, a crise do sistema colonial, deu início a movimentos que tinham por objetivo libertar o Brasil do domínio português.
Os conflitos internacionais também aceleraram a luta no Brasil. Como exemplos temos a Independência dos Estados Unidos (1776), que romperam os laços coloniais, e a Revolução Francesa (1789) que derrubou o absolutismo.
No Brasil a situação era própria, a superação do pacto colonial interessava à principal classe dominante que era a aristocracia agrária.
Ela via nisso a possibilidade de se ver livre definitivamente dos monopólios metropolitanos e da submissão aos comerciantes portugueses.
A Inconfidência Mineira (1789) foi o primeiro movimento de tentativa de liberdade colonial. O desenvolvimento da colônia estava entravado pelos rigores da política mercantilizada, que impedia qualquer progresso que beneficiasse a colônia.
Dentre os movimentos precursores da independência do Brasil, a Conjuração Baiana(1798), foi o que apresentou características mais populares.
A população de Salvador, basicamente de escravos, negros, livres, mulatos, brancos pobres e mestiços, viviam em situação de penúria. Assim, eles pregavam uma sociedade onde não houvesse diferenças sociais.

A Administração de D. João
Em 1807, diante das manobras de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João, se viu obrigado a fugir para o Brasil, o que provocou uma inversão política: o Brasil que era colônia, passou a ser a sede do governo português.
No dia 28 de janeiro de 1808, seis dias após sua chegada a Salvador, foi decretado a abertura dos portos brasileiros.
O que agradou à aristocracia rural brasileira, que via mais lucro nas exportações e aquisição de mercadorias manufaturadas a baixo preço.
A abertura dos portos significava o fim do pacto colonial e podia ser considerada como o primeiro grande passo para a independência política do Brasil.
Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve. Foi mais um passo rumo à Independência, pois revelava que D. João pretendia se fixar no Brasil.
Esse fator provocou descontentamento em Portugal, pois o Brasil deixaria de ser colônia e tornava-se centro do império português.
Em 1816, com a morte de rainha D. Maria, D. João tornou-se rei, sendo aclamado D. João VI, mesmo permanecendo no Brasil.
Mais um movimento pela libertação eclodiu com a Revolução Pernambucana de 1817. Essa luta pela emancipação política do Brasil estava pautada em diversos fatores:
  • A insatisfação com a cobrança de pesados impostos;
  • abusos administrativos;
  • arbitrárias e opressiva administração militar;
  • insatisfação popular;
  • os ideais nativistas.

Revolução Liberal do Porto

Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, que tinha por objetivo a autonomia portuguesa e retomar a colonização do Brasil, D. João VI volta para Portugal e atribui a D. Pedro a regência do Brasil.
Logo, várias medidas pressionaram o governo de D. Pedro, na tentativa de anular seus poderes político, administrativo, militar e judicial e forçá-lo a regressar a Portugal.
As notícias repercutiram como uma declaração de guerra, provocando tumultos e manifestações de desagrado. D. Pedro foi convidado para ficar, pois sua partida representaria o esfacelamento do Brasil. O Dia do Fico (1822) era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal.
Os acontecimentos desencadearam uma crise no governo e os ministros fieis às Cortes, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio.
Ficou estabelecido que qualquer determinação vinda de Portugal só deveria ser acatada com o cumpra-se de D. Pedro. O país caminhava para a independência que ocorreu no dia 7 de setembro de 1822. 

HISTÓRIA DO BRASIL - Inconfidência Mineira - Tiradentes


A Inconfidência Mineira, lembrada no dia 21 de abril de 1792, foi o maior movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil, que aconteceu na região de Vila Rica, hoje Ouro Preto, Minas Gerais, onde a opressão da metrópole era mais evidente. O movimento foi realizado por elementos da elite econômica descontente com a estagnação da colônia.

Causas da Inconfidência Mineira
A queda da produção de ouro que passou a ocorrer a partir do ano de 1760 e que se agravou a cada ano e acentuava a pobreza da população;
O sistema de cobrança dos quintos devidos à coroa, mantinha a voracidade e quando o ouro entregue não perfazia 100 arrobas (cerca de 1500 kg), era decretada a derrama, ou seja, o que faltasse seria cobrado de toda a população, pela força das armas, onde eram presos, espancados e torturados;
O custo de vida em toda a região continuava muito alto, agravado pelo Alvará de 1785, que fechou as manufaturas locais, obrigando a população a consumir apenas produtos importados e de alto preço;
As ideias de liberdade trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos superiores na Europa;
O conhecimento da independência dos Estados Unidos, cujos colonos, revoltados também contra o sistema fiscal de sua metrópole, tinham se libertado da Inglaterra.
Os Inconfidentes, líderes da Inconfidência Mineira
Os inconfidentes eram, em sua maioria, grandes proprietários ou mineradores, padres e letrados, como Cláudio Manuel da Costa, de família enriquecida na mineração, havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário da administração colonial. Alvarenga Peixoto era minerador e latifundiário.
Tomás Antônio Gonzaga, escritor e poeta, depois de estudos jurídicos na Europa, tornou-se ouvidor em Vila Rica. Francisco de Paula Freire, tenente coronel e comandante do Regimento dos Dragões, tropa militar de Minas Gerais e que estava hierarquicamente logo abaixo do governador.
Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) era filho de um pequeno fazendeiro. Dotado de grandes habilidades, ganhou a vida como militar e dentista, foi tropeiro e comerciante. Foi o mais popular entre os conspiradores. Embora não tenha sido o idealizador do movimento, teve papel importante na propagação das ideias revolucionárias junto ao povo.


Objetivos da Inconfidência Mineira
Romper com Portugal e adotar um regime republicano (a capital seria São João del Rei);
Criar indústrias no Brasil;
Criar uma universidade em Vila Rica;
Adotar um serviço militar obrigatório
Os conspiradores haviam planejado adotar uma bandeira que conteria a frase latina Libertas quae sera tamen (Liberdade ainda que tardia) e que inspirou a bandeira do Estado de Minas Gerais.
A revolta deveria ter início no dia do derrama, que o governo programara para 1788 e acabou suspendendo quando soube da conjuração.
Os planos dos inconfidentes foram frustrados porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento.
Foram eles: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre de campo Inácio Correia Pamplona. Tiradentes, que viajava para o Rio de Janeiro com o objetivo de adquirir armas, foi preso naquela cidade, no dia 10 de maio de 1789.
Tiradentes morreu no dia 21 de abril de 1792, executado no campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado e ficou exposto à execração pública. Faltavam 20 anos para a Independência do Brasil.
Leia também: Revolta de Vila Rica, Estado de Minas Gerais.


TIRADENTES


Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), mais conhecido por Tiradentes foi o líder da Inconfidência Mineira. Figura multifacetada, durante sua vida foi dentista (daí o seu apelido), tropeiro, comerciante, minerador, militar, bem como se dedicou às práticas farmacêuticas.

Biografia
Filho de Domingos da Silva Santos (português) e de Maria Antônia da Encarnação Xavier (brasileira), Tiradentes nasceu na Fazenda de Pombal, situada entre a Vila de São José e a cidade de São João Del Rei, em Minas Gerais, mas foi criado em Ouro Preto por seu padrinho após o falecimento do seu pai, quando Tiradentes tinha onze anos (sua mãe já havia falecido dois anos mais cedo).
Tiradentes aderiu ao movimento dos inconfidentes quando era militar (assumia o posto de alferes) e, por ser considerado um excelente comunicador e orador, se tornou líder da Inconfidência Mineira, conquistando adeptos para a causa revolucionária.
Na busca por mais adeptos, Tiradentes viajou para o Rio de Janeiro onde se escondeu na casa de um amigo, mas foi encontrado e preso, tal como outros inconfidentes. Tiradentes, porém, protegeu seus companheiros ao assumir toda a responsabilidade do movimento revolucionário. Muito embora, alguns inconfidentes tenham sido castigados, apenas Tiradentes foi condenado à morte.

Morte
Tiradentes foi condenado à forca e executado no dia 21 de abril de 1792; além disso, foi esquartejado na Praça da Lampadosa no Rio de Janeiro e as partes do seu corpo expostas na estrada que conectava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Seus bens foram confiscados e sua casa queimada.

Tiradentes e a Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira, liderado por Tiradentes, pretendia transformar o Brasil numa República independente de Portugal. Também conhecido por Conjuração Mineira, a revolta de caráter separatista, ocorrida na capitania de Minas Gerais, era contra o domínio português ante as extrações e exportações de ouro na colônia, época conhecida como o Ciclo do Ouro. Descontentes, os mineiros se reuniram no movimento dos Inconfidentes que visava, sobretudo, conquistar a Independência do Brasil e abolir as taxas e os impostos considerados abusivos: O Quinto e a Derrama.
Para saber mais leia também o artigo: Independência do Brasil.
O Quinto significava, para a Coroa Portuguesa, 20% do ouro de todo ouro encontrado no Brasil. Assim, todo o ouro era levado às Casas de Fundição, que pertenciam à Coroa Portuguesa e às Casas de Intendência, com o objetivo de fiscalização e controle. Já a Derrama era a taxa cobrada sobre cada região aurífera. Se a pessoa não pagasse o imposto, seus bens eram confiscados de modo que os soldados entravam nas casas e retiravam o que fosse necessário, para completar o valor da taxa.
Diante disso, liderado por Tiradentes, o movimento dos Inconfidentes, composto pela aristocracia mineira entre eles, oradores, poetas e advogados, traçavam planos para tomar o controle da Capitania de Minas Gerais e protestar contra a coroa. Foi em 1789, que o movimento foi descoberto e Tiradentes foi condenado à morte.

Homenagem
Reconhecido como herói nacional, o Brasil recorda Tiradentes no dia 21 de Abril. Nesse dia, conhecido como Dia de Tiradentes, é feriado nacional.
A cidade onde Tiradentes nasceu em Minas Gerais, antes Vila de São José, atualmente se chama cidade Tiradentes. Praças também receberam o nome de Tiradentes, no Rio de Janeiro, em Curitiba e em Ouro Preto (MG), onde se localiza o Museu da Inconfidência, inaugurado em 1944.
A bandeira idealizada pelo inconfidentes para ser a bandeira nacional foi oficializada como bandeira de Minas Gerais em 1963.
Ao londo dos anos a história de Tiradentes e da Inconfidência Mineira foi enredo dos filmes Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade; Tiradentes, o Mártir da Independência (1976), de Geraldo Vietri e Tiradentes (1999), de Oswaldo Caldeira e da telenovela Dez Vidas (1969), de Ivani Ribeiro.


sábado, 3 de setembro de 2016

SALA DE INFORMÁTICA NAS ESCOLAS



O uso pedagógico da Sala de Informática da escola

Desde o início da década de noventa alguns governos vêm investindo continuamente no aparelhamento das escolas públicas com a implantação de Salas de Informática, também chamadas de Laboratórios de Informática dentre outras denominações. No mesmo período as escolas particulares também começaram a investir pesadamente na montagem dessas salas e em equipamentos de multimídia, como datashows e telões.
A partir do início dessa década, lá por 2002, muitas escolas já dispunham dessas salas e de um histórico de uso das mesmas, quase sempre ruim. Agora, no final dessa primeira década, já temos condições de fazer um bom balanço desse processo e dos resultados advindos dele. E o balanço é bastante negativo.
A implantação de Salas de Informática nas escolas se baseou, na maioria das vezes, no pressuposto errado de que “faltava apenas o computador” para que o processo de modernização das escolas e do ensino se desse de forma natural, como se isso fosse um processo simples e automático. Além disso, como nossos gestores políticos entendem muito pouco de educação, mas adoram fazer “investimentos”, as Salas de Informática configuraram-se como uma ótima oportunidade para se gastar o dinheiro público com reformas e equipamentos, mas sem uma preocupação verdadeiramente pedagógica por trás do investimento.
Ainda no início da década passada já encontrávamos diversas escolas onde esses computadores estavam quebrados, desatualizados, sucateados e sem nenhuma manutenção. Agora, já praticamente fechando a primeira década do terceiro milênio, a situação continua muito parecida em muitos lugares. Computadores que custaram caro, pois o poder público é expert em gastar mal o nosso dinheiro, continuam depreciando em centenas de escola sem nenhum uso por parte dos alunos. Sobre a depreciação desses computadores e a necessidade econômica (além de pedagógica) de seu uso, veja o artigo “Quebrando computadores“, escrito originalmente no início de 2005 e republicado aqui nesse blog em 2008.
Paralelamente à falta de inteligência dos gestores públicos, vimos uma generalizada falta de vontade de educadores que resistiram bravamente ao uso dos computadores, mesmo quando estes estavam em plenas condições de serem usados. Sob argumentos que iam do “não preciso disso” até o “não sei como usar”, foram poucos os professores que se dispuseram a aprender a usar os computadores de forma pedagógica ou mesmo a repensar suas práticas pedagógicas diante da necessidade de inserir seus alunos no universo digital onde eles, os alunos, e o próprio professor, já vivem há muito tempo.
Agora, passadas duas décadas desde o início desse processo de inserção das novas tecnologias na escola, já não faz mais nenhum sentido discutir se vale ou não a pena usar os computadores, a internet e as TICs de forma geral. O mundo, independentemente da falta de vontade de alguns professores e da má vontade da maioria dos políticos, já definiu que não poderá continuar existindo sem essas novas tecnologias. É simplesmente impossível conceber um mundo e uma escola sem essas tecnologias, a menos que se faça a opção por uma vida eremita.
Nesse contexto, o uso da Sala de Informática deixa de ser uma possibilidade a mais e passa a ser uma necessidade que se impõe tão fortemente quanto a necessidade da lousa e do giz, que ainda existirão por um bom tempo. Mas como promover esse uso?
Este artigo não pretende justificar a necessidade de se usar os computadores e a Sala de Informática, mas ao invés disso pretende apontar algumas possibilidades de uso desse ambiente de maneira que  o professor,  mesmo aquele que ainda não se sente seguro para desenvolver atividades diretamente na Sala de Informática, possa dar aos seus alunos alguma possibilidade de usá-la, independentemente dele usá-la também, se for o caso.

Pré-condições mínimas para o uso da Sala de Informática
Não faz sentido falar em uso da Sala de Informática se a escola não dispuser de, pelo menos, alguns requisitos básicos que permitam esse uso:

  1. A Sala de Informática deve se encontrar em condições físicas de uso (possuir mobiliário adequado, instalação elétrica compatível, etc.) e, pelo menos, um computador funcionando, podendo ou não estar conectada à internet;
  2. Os alunos devem ter acesso permitido à Sala de Informática no contraturno do período em que estudam e não apenas no período de suas aulas;
  3. Deve haver um conjunto de regras de uso da Sala de Informática, visível na própria Sala de Informática, e previamente apresentado, discutido e acordado com os alunos;
  4. Se a escola não tiver um funcionário que possa cuidar do acesso à Sala de Informática, deve ser montada uma equipe de alunos monitores que se encarregarão dessa tarefa;
  5. A escola deve possuir alguma forma de garantir a manutenção de software (configuração dos computadores) e, preferencialmente, também deve possuir alguma manutenção de hardware e condições de substituir peças que podem se estragar naturalmente, como mouses e teclados.
Uma boa Sala de Informática deveria ter em torno de 40 computadores conectados à internet por banda larga de pelo menos 4 Mb, possuir periféricos (como impressoras, scanners, fones de ouvido e webcan) e um datashow ou uma lousa digital. Porém, não é necessário que se tenha uma Sala de Informática como essa para que se possa fazer um algum uso pedagógico dela, pois mesmo com as pré-condições mínimas descritas acima é possível usar a Sala de Informática em diversas situações.

Pós-condições mínimas para o uso da Sala de Informática
Havendo uma Sala de Informática que atenda esses requisitos mínimos, falta agora saber se há na escola ao menos um professor disposto a cumprir seu papel de educador e não apenas o seu compromisso de “doador de aulas”. Na verdade todos os educadores deveriam ter uma preocupação razoável com a inserção de seus alunos no mundo tecnológico onde se encontram, mesmo que esses mesmos professores já tenham jogado a toalha no que diz respeito à sua própria capacidade de continuar aprendendo.
Um único professor, que seja, que proponha ou execute atividades para as quais o computador seja uma ferramenta, já possibilita o uso da Sala de Informática de forma pedagógica. Um grupo de cinco professores fazendo uso intensivo das TICs já satura a capacidade da Sala de Informática. Portanto não é preciso convencer aquele professor que só está preocupado em contar os dias para a sua aposentadoria ou aquele outro que dá 60 aulas semanais em cinco escolas e se diz sem tempo para fazer outra coisa que não seja escrever na lousa.

Usando a Sala de Informática sem nunca entrar nela
Desde que a escola disponha de uma estrutura que permita o acesso dos alunos à Sala de Informática no contraturno (por meio de um funcionário encarregado de disponibilizá-la ou mesmo de um grupo de alunos monitores) é sempre possível propor atividades para os alunos com o uso dos computadores, mesmo que o professor se sinta constrangido em adentrar a um ambiente onde ele é, muitas vezes, o mais ignorante dos presentes.
Todas as atividades listadas abaixo podem ser realizadas pelos alunos sem a necessidade de um professor que os acompanhe:

  • Pesquisa na internet: os alunos já fazem pesquisas na internet quando seus professores lhes pedem “trabalhos”. O fato de muitos deles devolverem trabalhos que são meramente cópias descaradas de sites, ou mesmo trabalhos já publicados na internet, depende muito mais da incapacidade do professor em propor uma boa pesquisa do que da disponibilidade de sites e trabalhos prontos na internet ou da “desonestidade” dos alunos. Para propor uma boa pesquisa o professor não precisa sequer entrar na Sala de Informática, bastando apenas que ele seja realmente um professor que saiba propor pesquisas (com ou sem internet) e não um “doador de aulas” que ao fim e ao cabo espera mesmo que o aluno lhe entregue um punhado de papel e não que ele aprenda algo com isso. Aqui mesmo nesse blog você encontrará alguns subsídios para compreender melhor o mecanismo de pesquisa na internet (veja, por exemplo, o artigo “Pesquisa escolar na Internet: Ctrl+C & Ctrl+V versus Cópia Manuscrita“) e sobre como propor boas pesquisas.
  • Digitação de textos e elaboração de apresentações: Ao invés de solicitar que os alunos criem cartazes e os pendurem nas paredes da escola, o professor pode propor que eles apresentem seus trabalhos usando um projetor multimídia (se a escola dispuser de um) ou mesmo usando uma TV com aparelho de DVD. Se o professor não faz ideia de como criar uma apresentação de slides e então apresentá-la em um datashow ou em um formato de DVD, não tem problema algum, pois seus alunos, que também não sabem, aprenderão sozinhos, mesmo que o professor não se disponha a ajudá-los a aprender ou a aprender com eles. A maioria dos alunos de hoje em dia é bem mais autônoma do que seus professores e, por isso, conseguem aprender a fazer coisas que seus professores não conseguem;
  • Uso de softwares de criação e edição de imagens, vídeos e arquivos sonoros: os alunos são capazes de ilustrar um trabalho com um vídeo produzido por eles mesmos, usando seus celulares, e posteriormente editado no computador da Sala de Informática, ou usar o mesmo celular para gravar uma entrevista e depois editá-la no computador, transcrevê-la para um documento de texto e até mesmo publicar esse documento na web. Não é preciso que o professor saiba nada disso, e mesmo se ele não quiser ou não se sentir capaz para aprender, ainda assim ele pode solicitar isso a seus alunos e certamente eles o farão, enriquecendo assim sua aprendizagem;
  • Busca e uso de materiais didáticos alternativos: a internet é uma biblioteca literalmente infinita onde os alunos podem encontrar informações e materiais didáticos sobre qualquer assunto ou disciplina. Mesmo o professor que vive limitado aos seus poucos livros, às vezes apenas um, deve ter consciência de que seu aluno obterá muito mais informação na internet do que nas suas aulas e, portanto, não deve dispensar esse recurso como fonte de informação para seus alunos. Evidentemente esperar-se-ia que um bom professor fosse capaz de indicar os melhores sites para consulta,  os links para bons materiais jornalísticos, etc., mas mesmo aquele professor que mal sabe para si mesmo ainda pode indicar de forma “genérica” que seus alunos busquem mais informações sobre os temas da aula no “Google”. O hábito de pesquisar informações e conteúdos na internet tende a se intensificar cada vez mais e em breve poderemos aposentar enfim os professores cuja única utilidade continua sendo copiar e colar na lousa os conteúdos pobres que ele dispõe de um ou dois livros didáticos apenas;
  • Aprendizagens colaborativas, redes sociais e multimeios: na Internet o aluno pode fazer amigos, discutir assuntos de seu interesse, paquerar e surfar por temas que não tem nenhuma relação com os conteúdos escolares, mas ele também pode participar de grupos de discussão, pode tirar dúvidas com professores que não se sentem “velhos, acabados e desestimulados” e que se dispõem a ajudar alunos que nem mesmo são seus. Nas redes sociais também se podem formar grupos de estudo, pode-se paquerar ou fazer a lição de casa “à distância”, pode-se matar o tempo vendo vídeos engraçados ou assistindo a experimentos e demonstrações que muitas vezes seus professores se negam a fazer por “falta de tempo ou de recursos”. Enfim, a internet também é, em muitos casos, uma escola bem mais útil para o aluno do que a velha sala de aula chata onde uma voz monótona repete parágrafos copiados de livros velhos;
Evidentemente há ainda muitas outras possibilidades para se abandonar seu aluno na Sala de Informática e, mesmo assim, conseguir dele uma melhor aprendizagem do que a que ele obtém apenas copiando aquilo que o próprio professor copia dos livros. E, evidentemente, também há riscos e problemas diversos decorrentes desse abandono. Mas é melhor deixar que seu aluno usufrua desses recursos na Sala de Informática do que privá-lo deles só porque o professor se sente incompetente para acompanhá-lo nessa jornada. Se o professor sente que “não aguenta”, que ele deixe que seu aluno vá sozinho, ao invés de puxá-lo junto consigo para as profundezas do atraso.

Usando e estando presente na Sala de Informática
Para professores que não se sentem constrangidos em aprender e que se dispõem a participar mais efetivamente do processo de ensino e aprendizagem com seus alunos, a presença na Sala de Informática poderá não apenas enriquecer, e muito, a aprendizagem dos alunos mas, principalmente, enriquecer a sua própria aprendizagem.
Ao propor uma pesquisa aos alunos e se dispor a acompanhá-los na Sala de Informática, o professor tem a oportunidade de avaliar conjuntamente a qualidade, pertinência e eficácia das informações encontradas nos vários sites pesquisados. Estando presente o professor pode interferir e redirecionar o processo, pode corrigir, acrescentar, modificar e, acima de tudo, aprender muito mais sobre o conteúdo que ele está ensinando.
Questões transversais mas de suma importância, como ética, preceitos morais e legais, regras de comunicação e convivência, cuidados com a privacidade própria e alheia, cidadania e responsabilidade, são temas presentes e recorrentes em toda navegação pela web. Quando o aluno trabalha sozinho ele tem que aprender também a lidar sozinho com essas questões, mas estando acompanhado por um professor, que se supõe poder orientá-lo nessas questões, ele poderá construir melhor seu caráter e seus valores enquanto lida com “conteúdos e comandas de trabalho”.
Além disso, estar presente com os alunos durante a atividade não significa ter a responsabilidade de saber usar os computadores, os periféricos, os softwares ou o de deter conhecimentos elaborados sobre os usos e recursos da internet. Assim como os próprios alunos, o professor será sempre um eterno aprendiz das novas tecnologias e recursos. O papel do professor na Sala de Informática não é nem nunca foi o de “ensinar informática”, mas sim e tão somente o papel que ele tem fora da Sala de Informática: o papel de atuar como professor de sua disciplina e como educador no que diz respeito à formação integral do indivíduo sob sua tutela educacional!
Levar uma classe inteira para a Sala de Informática também requer alguns desafios, mas que nada têm a ver com a informática em si, e sim com a otimização do uso dos recursos disponíveis:
  • trabalhando em grupos: é a forma mais racional de contornar a falta de equipamentos. Mesmo assim, quando não for possível agrupar os alunos em um número de até no máximo quatro por computador, divida a turma em dois ou mais blocos e enquanto um bloco utiliza os computadores (em grupos de até quatro alunos), os demais blocos realizam outras atividades que não requerem o uso do computador, alternando-se os grupos durante o espaço da aula;
  • organizando os tempos: é a forma mais racional de otimizar o uso da Sala de Informática de maneira a garantir o uso dos equipamentos por todos os alunos. As atividades realizadas na Sala de Informática com a presença do professor e da classe toda devem ser dimensionadas de maneira a permitir sua execução dentro do período da aula;
  • preparando previamente a atividade: é a forma mais racional de garantir a aprendizagem efetiva dos alunos. Assim como em uma aula tradicional, se o professor entrar na sala de aula sem um plano de aula previamente elaborado, e permitir que cada aluno faça o que bem quiser, não haverá aprendizado algum.
  • permitindo a aprendizagem colaborativa: é a forma mais racional de se obter produtividade em um ambiente onde alguns sabem mais que outros e onde o professor geralmente não é o mais capacitado para responder as perguntas específicas sobre o uso de equipamentos e softwares. Os alunos se ajudam e compartilham seu conhecimento, se sujeitam a aprenderem com os colegas e se interessam por aprender tanto quanto os mais experientes. Embarque nessa ideia!
O gerenciamento da disciplina na Sala de Informática segue os mesmos preceitos do gerenciamento em sala de aula normal quando se tem trabalhos em grupos. As regras de convivência, respeito mútuo, preservação do patrimônio público e privado, respeito aos preceitos éticos, morais e legais, devem ser as mesmas da sala de aula tradicional. Mas, se na sala de aula tradicional seus alunos sobem nas carteiras, escrevem nos tampos das mesas e atiram papéis uns nos outros, é muito provável que também o farão na Sala de Informática. De onde decorre naturalmente que, tendo equipamentos caros na Sala de Informática, não é mesmo recomendável que professores que não têm competência para administrar suas turmas as levem para esse novo ambiente (ou para qualquer outro lugar). Nesse caso a experiência mostra que a ausência do professor oferece menos riscos para o patrimônio da escola do que sua presença!

Extrapolando o uso da Sala de Informática
No cenário mais promissor temos, enfim, um professor que consegue realizar atividades com seus alunos na Sala de Informática e que propõe atividades que os alunos possam realizar nesse ambiente no contra turno, como tarefas de casa, trabalhos, pesquisas e outras possibilidades. Evidentemente os alunos também podem fazer essas atividades em suas casas, desde que disponham de computadores e acesso a internet, mas mesmo assim eles tendem a vir para a Sala de Informática para fazer algumas dessas atividades quando elas são propostas para grupos ou como parte de trabalhos multidisciplinares.
Nesse cenário, raro, mas já visível em vários locais, o professor usa os recursos da web 2.0 de forma compartilhada com seus alunos, troca e-mails com eles, bate papo no MSN, participa de comunidades do Orkut, de grupos do Yahoo e Google, mantém um blog compartilhado, usa materiais e recursos da rede e propõe atividades on-line, síncronas e assíncronas.
Para um professor nesse nível de inserção com as TICs, a Sala de Informática já deixou de ser um ambiente “extraclasse” e passou a ser uma extensão da sua sala de aula e esta, muitas vezes, já extrapolou até os muros da escola e se estendeu pela rede, na forma de EAD e comunidades virtuais de ensino e aprendizagem. Para esses professores esse artigo é, obviamente, inútil, mas para todos os outros talvez haja algo que possa ser repensado e , quem sabe, “pelo menos tentado”.

Um breve relato de estudo de caso de acesso facilitado à Sala de Informática
Em uma certa escola a Sala de Informática ficou fechada por muitos anos por falta de professores que a utilizassem com os alunos e por miopia pedagógica da gestão local que preferia mantê-la trancada para evitar “danos” do que abri-la para os alunos e permitir que, pelo menos eles, a usassem. O resultado disso foi que ao longo de meia década a sala ficou sem uso e, quando foi reaberta, por pressão de um professor que queria muito utilizá-la, seus equipamentos já estavam danificados pelo envelhecimento natural, seus softwares estavam ultrapassados e a configuração das máquinas já não era suficiente para atender às novas necessidades dos softwares.
Mesmo assim o professor abriu a Sala, recuperou os computadores, fez upgrade do hardware e dos softwares onde era possível e passou a utilizá-la. Um ano depois a gestão da escola foi trocada e a nova gestão aceitou com bons olhos o uso da Sala de Informática, mas não havia nenhum funcionário disponível para garantir o acesso dos alunos.
A solução encontrada foi criar um grupo de alunos monitores cuja função básica era a de abrir e fechar a Sala de Informática, registrar o uso dos computadores e manter a organização geral de agendamentos de uso, além, é claro, de ajudar os colegas naquilo que sabiam. Mas nenhum desses monitores tinha capacitação técnica para realmente “gerenciar” uma sala de informática ou dar suporte técnico para os demais alunos além do básico.
Nos quatro anos seguintes a Sala de Informática funcionou normalmente e não houve uma única ocorrência de vandalismo, depredação ou mesmo de mau uso dos equipamentos. Todos os defeitos apresentados nas máquinas deveram-se ao envelhecimento e ao desgaste natural, como mouses quebrados, monitores pifados, teclados com defeito ou mesmo placas de rede queimadas.
Nesse período todos os alunos utilizaram a Sala de Informática  nos períodos da manhã e da tarde, onde havia monitores, quase sempre sem a presença de algum professor ou funcionário da escola. Eles mesmos passaram a cuidar da manutenção do software das máquinas, da limpeza e conservação da sala e, alguns com conhecimentos mais técnicos, se ofereceram para pequenos consertos. Não se registrou nem mesmo um único rabisco no mobiliário.

Com o tempo mais professores passaram a usar a Sala de Informática com seus alunos, ou propondo atividades que poderiam ser potencializadas com o uso da Sala de Informática de maneira autônoma pelos alunos. Aos poucos a cultura de uso e conservação da Sala de Informática foi sendo construída e todos os mitos provenientes da ignorância e da preguiça (“os alunos são vândalos e quebrarão as máquinas”, “vão usar a sala para tudo, menos para aprender”, etc.) foram sendo abandonados diante da realidade nua e crua de que a Sala de Informática é um patrimônio da comunidade escolar e não uma caixinha de brinquedos da gestão local ou uma grande caixa de Pandora, de onde sairão todos os monstros dos pesadelos de professores descomprometidos.